PF apura fraudes em financiamentos imobiliários da Caixa no Maranhão
A suspeita de que servidores da Caixa Econômica Federal, no Maranhão estejam envolvidos em esquema fraudulento de financiamento de imóveis levou a Polícia Federal (PF) a cumprir, hoje (18), 44 mandados judiciais. Segundo a assessoria da PF, os servidores criaram empresas fictícias em nome de parentes. As empresas eram então contratadas para prestar serviços como correspondentes bancários imobiliários, pelos quais recebiam comissões, mesmo os contratos sendo fechados nas próprias agências da Caixa, por pessoas ligadas ao esquema.
Os contratos firmados no período totalizam cerca de R$ 500 milhões. A Polícia Federal ainda saiba precisar o valor obtido ilegalmente pelo esquema. Ainda de acordo com a PF, escritórios de atendimento aos interessados foram montados no interior das agências bancárias, utilizando espaço físico e equipamentos da Caixa. Os empregados dessas empresas chegaram a ter o às senhas restritas de empregados da Caixa.
As investigações apontam que todos os contratos de financiamento firmados durante o ano de 2010 em uma das agências eram fraudulentos.
Cento e vinte e um policiais federais que participam da chamada Operação Cartago cumprem 19 mandados de busca e apreensão, 18 de condução coercitiva (quando a pessoa é conduzida para prestar depoimento e liberada em seguida) e sete de comunicações de suspensão da função pública. O nome da operação é uma referência à queda da cidade de Cartago, ao fim das Guerras Púnicas, em 146 a.C
Os envolvidos no esquema criminoso responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de gestão fraudulenta, estelionato, peculato, corrupção iva, corrupção ativa, advocacia istrativa, violação de sigilo funcional, inserção de dados falsos e sonegação fiscal.
Procurada pela reportagem, a Caixa informou que a operação teve início após apuração istrativa instaurada pela instituição, que levou à demissão de empregados envolvidos e com o encaminhamento de notícia-crime à PF. O banco destacou que "continua acompanhando o caso e está à disposição da Polícia Federal para colaborar com as investigações".
*Matéria alterada às 17h47 do dia 18.8.2014 para acréscimo do posicionamento da Caixa // O texto foi novamente modificado às 19h26 do dia 19.8.2014 para correção de informação divulgada pela Polícia Federal. Segundo a PF, o montante de R$ 500 milhões se refere ao valor total dos contratos firmados no período, e não ao total desviado pelo esquema fraudulento, como havia sido informado anteriormente.


