Pentágono descarta cancelar exercícios militares de Seul e Washington

O general das forças dos Estados Unidos (EUA) na Coreia do Sul, Vincente Brooks, descartou nesta quarta-feira (27) a suspensão de todos os exercícios militares feitos por Seul e Washington, depois que as manobras previstas para agosto foram canceladas para facilitar o diálogo com Pyongyang.
"Não acredito que este seja o final de todos os exercícios de treino, mas estes exercícios muito visíveis podem causar mal-estar em um momento no qual cimentar a confiança [mútua] é tão importante", disse o general durante ato em Seul.
As declarações de Brooks foram feitas na véspera da chegada a Seul do secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, que se reunirá com seu colega sul-coreano, Song Young-moo, para tratar do atual panorama militar na península após a cúpula de Cingapura.
Em 19 de junho, os aliados anunciaram que as manobras anuais da Coreia do Sul e dos EUA , que normalmente ocorrem em agosto, foram suspensas temporariamente para facilitar o atual diálogo com o regime norte-coreano e sua eventual desnuclearização.
A suspensão dos exercícios foi anunciada inicialmente pelo presidente dos EUA, Donald Trump, após a histórica cúpula realizada em Cingapura com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, na qual acertaram que Pyongyang abandonaria o programa nuclear em troca de Washington garantir a segurança do regime.
A decisão, no entanto, suscitou especulações sobre o futuro da aliança militar e a capacidade de preparação das forças combinadas, assim como a própria continuidade de tropas dos EUA em solo sul-coreano, sem que o regime tenha mostrado ainda um verdadeiro compromisso com a desnuclearização.
"Não vimos a destruição de mísseis, não vimos a destruição de sistemas de armas nucleares", afirmou Brooks em declarações divulgadas pela agência Yonhap.
O general lembrou, no entanto, que tanto Seul quanto Washington insistiram que não haverá redução de tropas (cerca de 28,5 mil soldados) em solo sul-coreano por enquanto.

