Eleitores não abrem mão de escolher o candidato e votam em trânsito


Mateus Agrelli não quis abrir mão de participar do processo eleitoral
Mesmo fora do domicílio eleitoral, muitos cidadãos fizeram questão de escolher o próximo governante por meio do voto em trânsito. Nessa modalidade, é possível votar apenas para presidente da República. Neste primeiro turno da eleição, 84.349 pessoas se cadastraram para votar em trânsito. Um desses eleitores é o dentista Mateus Agrelle, 27 anos, que não quis abrir mão de participar do processo eleitoral e buscar mudanças na política.
“Eu quis participar do processo eleitoral e ajudar a mudar a política. Sempre que possível a melhor opção é tentar votar e participar, defender nossos direitos e poder reivindicar também melhorias para o país”, disse pouco depois de registrar o voto. Mateus Agrelle votou em trânsito em Brasília porque mudou de São Paulo (SP) para a capital federal após o encerramento do prazo determinado pela Justiça Eleitoral para transferência do título de eleitor.
Nestas eleições, 92 cidades têm seções para receber o voto em trânsito, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para votar em trânsito, o eleitor precisa fazer um cadastramento prévio em prazo determinado pela Justiça Eleitoral e informar o município onde pretende votar. De acordo com dados do TSE, 79.452 eleitores deverão votar em trânsito no segundo turno.
A médica Tatiane Rodrigues, 32 anos, está longe de seu local de votação, em Presidente Prudente (SP), mas não quis apenas justificar a ausência na votação. Ela fez questão de registrar sua escolha por considerar que não adianta apenas ficar reclamando da política e não votar para tentar mudar a realidade do país.
“Tem muita gente que está viajando, eando, e só justifica, mas acho que é uma das maneiras que temos de influenciar as diretrizes do governo nos próximos quatro anos. Muitas pessoas se atém a ficar só reclamando do governo e não fazem o mínimo que é votar”, avaliou Tatiane Rodrigues.
A médica está morando em Brasília para fazer um concurso público e, caso seja aprovada, disse que vai transferir o título de eleitor para votar em todos os cargos em disputa no próximo pleito.

Presidente do TSE, ministro Dias Toffoli, vota em trânsito em zona eleitoral de Brasília
Em meio ao trabalho de coordenar a eleição, o presidente do TSE, ministro Antonio Dias Toffoli, que também tem domicílio eleitoral fora de Brasília, votou em trânsito e recomendou que os brasileiros não deixem de escolher seus representantes. “Estou votando em trânsito aqui em Brasília porque meu título é da minha cidade natal, Marília, no interior de São Paulo, e quero dizer ao povo brasileiro que é muito importante exercer esse direito, esse dever de votar e de escolher nossos representantes.”
Aos 80 anos, a aposentada Nonata Mourão mora em Brasília, mas mantém o domicílio eleitoral no Piauí. Neste pleito ela não pôde ir ao estado por ter ado por uma cirurgia recentemente. Mesmo não tendo a obrigação de votar, já que o voto é facultativo para maiores de 70 anos, ela registrou sua escolha pelo candidato à Presidência por meio do voto em trânsito. “Eu não poderia deixar de votar nessa eleição, não posso fazer uma viagem mais longa, mas é importantíssimo não deixar de votar em busca de mudanças.”

