Presidente do BNDES confirma novo aporte de recursos à instituição
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, confirmou hoje (12) que a instituição precisará de um aporte de recursos do Tesouro Nacional a ser anunciado ainda este mês. “Tivemos, até agora, plenas condições de levar adiante sem a necessidade [de aportes], mas está chegando o momento em que um aporte vai ser imprescindível”, destacou.
Coutinho preferiu não adiantar o valor dos recursos. Disse apenas que o montante será o necessário para manter os investimentos financiados pelo banco. Segundo ele, o orçamento da instituição neste ano vai ser um pouco menor que o do ano ado, mas a instituição trabalhará para que os investimentos tenham desempenho satisfatório num cenário de desaceleração do crédito às empresas pelos bancos privados.
“É importante ar os investimentos porque todo mundo quer aumentar a taxa de investimentos do país. Queremos estimular a participação privada e queremos moderar um pouco [a concessão de crédito pelo BNDES], mas sem prejudicar o investimento”, explicou Coutinho após participar de palestra na abertura da 26ª edição do Fórum Nacional do Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae).
Desde 2009, o Tesouro emprestou R$ 305 bilhões ao BNDES por meio de injeções de títulos públicos. Com as vendas dos papéis no mercado, o banco de fomento consegue dinheiro para aumentar o capital e emprestar mais aos empresários. Somente no ano ado, o banco recebeu R$ 15 bilhões em papéis. Neste ano, o Tesouro ainda não fez nenhuma transferência.
Durante a palestra, Luciano Coutinho, rebateu as críticas de que o volume de empréstimos do BNDES ao setor produtivo aumentam a dívida pública bruta e provocam inflação. “As críticas ao PSI [Programa de Sustentação do Investimento] são pouco informadas, porque só olham o custo dos recursos, mas nunca os benefícios gerados pelos financiamentos. [As críticas] vêm da visão que prefere desmontar a política de desenvolvimento industrial”, analisou.
Coutinho negou que o banco beneficie apenas determinados setores da economia. Segundo ele, dos 100 grupos industriais brasileiros, 92 têm o aos financiamentos do banco. Entre os 500 maiores grupos brasileiros, 408 têm o. “O BNDES tem dado o amplo a todos os grandes e tem o orgulho também de ter aumentado de maneira muito significativa o o de pequenas empresas ao seu crédito”, declarou.
O presidente do BNDES destacou ainda que, quando o banco tem participações acionárias em empresas por meio do BNDESPAR, a compra das ações é feita estritamente com recursos a custo de mercado, que não vem do Fundo de Amparo ao Trabalhado (FAT) nem do Tesouro Nacional. “Isso é sempre ignorado, por determinados veículos de mídia”, rebateu.
De acordo com Coutinho, o BNDESPAR, nos últimos anos, tem registrado resultados de retornos positivos de R$ 20 bilhões. “Apesar disso, gostam de pegar um ou outro caso de insucesso como fosse a regra”, informou. No ano ado, o banco recebeu críticas por ter ações em empresas de Eike Batista.
Ainda na palestra, o presidente do BNDES defendeu uma reforma tributária no país para melhorar e simplificar a estrutura tributária brasileira. “A reforma precisa tornar [a tributação] menos onerosa para o setor produtivo”, completou.

