Borboleta ou avião? Saiba o que Lúcio Costa rascunhou para o projeto de Brasília
Em 2010, Maria Elisa, filha do arquiteto e urbanista Lucio Costa, lembrou daquele dia de verão em 1957, quando conheceu, em primeira mão, o traçado do que viria a ser Brasília.
O concurso para o desenho do Plano Piloto, a região central de Brasília, foi oficialmente lançado em setembro de 1956. Mas a construção do Distrito Federal não esperou o resultado para começar. Já em outubro daquele ano, Oscar Niemeyer usou madeira para construir o primeiro palácio de Brasília. Foi a residência oficial do Catetinho, na então Fazenda Gama, que ficou pronta em apenas nove dias. Em seguida, vieram o aeroporto, também de madeira, e o Palácio da Alvorada.
O pesquisador João Carlos Amador, autor do livro “Histórias de Brasília”, lembra que a escolha do projeto de Lúcio Costa gerou críticas. E lembra que, para o urbanista, o desenho do Plano Piloto representava uma borboleta e não um avião.
O projeto de Lúcio Costa era simples. A região istrativa ficaria no centro, às margens de uma via principal que cortaria a cidade de leste a oeste. Já as residências ficaram em quadras - ou melhor, superquadras - construídas em torno do eixo rodoviário que ligaria a capital de Norte a Sul.
Um dos pontos convincentes do projeto é que ele atendia a um desejo pessoal do presidente JK, de criar uma cidade que privilegiava o automóvel. Ainda hoje, muitos consideram as vias do Plano Piloto um tanto quanto hostis para pedestres e ciclistas.
Com produção de Graziele Bezerra e Renato Lima.




