Uma quadra de esportes com cobertura, mas sem piso. No parquinho, o balanço só tem as traves... A gangorra está quebrada e o escorregador, enferrujado. Ao redor, o mato está alto.
As poucas salas de aula são pequenas e mal-ventiladas. Algumas têm até buracos no chão. São cinco salas e dois banheiros para 94 alunos.
Essa é a Escola Classe Incra 7, em Brazlândia, colégio rural que fica a cerca de 35 quilômetros do Plano Piloto. O ensino era integral até o ano ado, mas o sistema parou de funcionar por falta de infraestrutura. Segundo a diretora, Cristiane Milani, a unidade não está na lista das que vão receber uma reforma este ano.
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Lucas Braga, de seis anos de idade, é neto da aposentada Lurdes Braga, e estuda na Escola Classe Incra 7. A avó conta que ira o trabalho dos professores, mas reconhece que o local precisa de uma série de reparos.
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Um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) divulgado no final do ano ado, apresenta o diagnóstico da educação no Distrito Federal. O estudo, que avaliou em 2014 as instalações físicas das escolas públicas e os problemas relacionados à manutenção e reforma, aponta que 44% das escolas precisam de pequenos reparos, 31% estão em condições ruins, e 6% estão em péssimas condições, a maioria delas no campo.
Na Escola Classe Incra 7, os utensílios da cozinha são guardados no chão, embaixo da pia, porque não tem armários. Além disso, as crianças são obrigadas a comer o mesmo tipo de alimento por vários dias, porque a comida que chega não é diversificada.
O Lucas, neto da dona Lurdes, disse que às vezes enjoa da merenda.
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Atualmente, a escola possui cinco docentes, mas precisa de mais quatro. Segundo o Diretor de Imprensa do Sindicato dos Professores do DF, Samuel Fernandes, a carência de profissionais em toda a rede pública de ensino é muito maior do que os números apresentados pelo governo.
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O Distrito Federal possui atualmente 75 escolas rurais, 12 só em Brazlândia. A principal característica das escolas no campo é que elas são pequenas e possuem poucos professores. Em muitas delas, o mesmo docente realiza atividades de diretor e dá aulas para diferentes séries.
Segundo o GDF, 3.500 professores foram contratados temporariamente na rede pública em janeiro. A estimativa é que sejam necessários mais três mil ao longo do ano para suprir as vagas de futuras licenças.


