Terminou nessa terça-feira na Justiça Federal, em Brasília, o depoimento do doleiro Lúcio Funaro, apontado como operador financeiro do PMDB. Ele prestou informações sobre suposto esquema de corrupção no Fundo de Investimentos do FGTS, da Caixa Econômica Federal. 
Funaro afirmou que o presidente Michel Temer sabia do esquema e chegou a receber propina em uma negociação para liberação de recursos da Caixa.
Segundo contou Funaro, em uma das operações ilícitas, foi acertado propina de 1 milhão de reais para Cunha, 2 milhões e meio para Michel Temer e 1 milhão e meio para Cândido Vacarezza, ex-líder do PT na Câmara. Segundo o delator, o valor foi reado a Temer em doações oficiais na campanha de 2010.
Em nota, o Palácio do Planalto negou envolvimento do presidente no caso e afirmou que Funaro já mentiu outras vezes a Justiça.
Funaro também detalhou os pagamentos das despesas que fazia de Eduardo Cunha.
Ao final, Funaro desafiou Cunha, que estava presente na audiência, a ar pelo polígrafo, máquina que detecta mentiras.
Para o advogado de Cunha, Délio Lins e Silva, Funaro não tem provas.
O advogado de Funaro, Bruno Spiñera, afirma que as planilhas podem ter a veracidade comprovada por perícias.
Funaro falou ainda da relação com Joeslei Batista, dono da JBS. O empresário teria pago 144 milhões de reais de recursos ilícitos. Desse valor, Funaro teria distribuído 30 milhões a políticos a pedido de Eduardo Cunha. Apesar da relação próxima, Funaro afirma que Joeslei deu calote em relação ao pagamento de propina pela venda da empresa Alpargatas, do grupo de Joeslei, pois o acordo era de 3% em cima de cada operação.
Na próxima segunda-feira é a vez do ex-deputado Eduardo Cunha e do ex-ministro Henrique Eduardo Alves prestarem depoimento sobre o suposto esquema de corrupção na Caixa Econômica Federal.
* Matéria atualizada às 16h55 para inclusão de sonoras e novas informações.
