logo Radioagência Nacional
Política

Ex-chefe da Casa Civil do Mato Grosso é preso acusado de grampos clandestinos

Mato Grosso
Baixar
Renata Martins
05/08/2017 - 00:40
Brasília

O ex-secretário chefe da Casa Civil de Mato Grosso Paulo Taques, foi preso nesta sexta-feira (05), acusado de ter ordenado uma série de grampos clandestinos. Paulo é primo do atual governador do estado, Pedro Taques, do PSDB.

 

A prisão é preventiva. Paulo foi preso em sua casa em na capital mato-grossense. De acordo com a Polícia Civil, ele prestou depoimento e foi encaminhado para o Centro de Custódia de Cuiabá.

 

Para o desembargador Orlando Perri, que determinou a prisão, Paulo Taques vem buscando, de todas as formas, interferir diretamente na apuração dos fatos.

 

De acordo com o magistrado, o ex-secretário se vale do forte prestígio que ainda possui perante a imprensa de uma forma geral e de espaços decorrentes de suas relações com o governo.

 

Segundo as investigações, as interceptações telefônicas funcionaram ilegalmente entre 2014 e 2015.

 

Entre os alvos dos grampos clandestinos estavam a deputada estadual Janaíva Riva, o ex-governador Silval Barbosa, advogados de adversários políticos do governador Pedro Taques, um jornalista e até uma mulher apontada como amante de Paulo Taques.

 

Os números de telefone dos alvos das escutas clandestinas eram inseridos em pedidos de quebra do sigilo na Justiça como se fossem de traficantes ou investigados de outros crimes. Esse tipo de interceptação telefônica, com objetivos não autorizados em lei, é conhecido como "barriga de aluguel".

 

O esquema foi denunciado em maio desse ano pelo então secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, Mauro Zaque. Em junho, quatro militares foram presos por suspeita de participação no esquema de grampos ilegais.

 

O ex-secretário considerou sua prisão arbitrária e desnecessária. Em nota, Paulo Taques negou que tenha cometido ou ordenado escuta ilegal. E que não obstruiu investigações ou agiu no sentido de estimular a ocultação ou destruição de provas.

 

O governador Pedro Taques ainda não se pronunciou, até o fechamento desta matéria.

x