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Política

Município mais violento, Queimados (RJ) luta contra invisibilidade e aposta em políticas públicas

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Tâmara Freire
25/09/2018 - 11:51
Brasília

A notícia de que o município de Queimados é o mais violento do Brasil surpreendeu quem mora na cidade da Baixada Fluminense, como o taxista Hélio Júnior Mello.


E também a pensionista Meire Dias.


Mas, com população atual estimada em 145 mil moradores, Queimados figura no topo do ranking da taxa de assassinatos em todo o país.

 

De acordo com o Ipea, em 2016 foram 134,9 homicídios a cada 100 mil habitantes. A média brasileira é 30.

 

O prefeito Carlos Vilella avalia, no entanto, que os dados mostram uma anomalia, porque em 2016 a cidade teria recebido muitos grupos criminosos fugindo das operações policiais que estavam sendo realizadas na capital para as Olimpíadas.

 

De fato, a taxa de homicídio verificada em 2015 foi 59,9. 


De acordo com Vilella, após os assassinatos ocorridos em 2016, Queimados teve uma reivindicação antiga atendida: a criação de uma companhia destacada da Polícia Militar dentro da comunidade da Pedreira, uma das mais conflagradas.

 

Mesmo assim o prefeito quer novo reforço, de 100 policiais, e diz que com eles é capaz de derrubar os índices de violência. 

 

Já a polícia militar argumenta que o grande problema no município são os baixos indicadores sociais que facilitam a cooptação de jovens pelos grupos criminosos.

 

Já o coordenador do Fórum Grita Baixada, Adriano de Araújo, afirma que não há interesse público em resolver a situação da região.
 

 

Ele defende a adoção de medidas de inteligência para desarticular os grupos criminosos, ao invés de confrontá-los e também mais investimentos sociais nas comunidades periféricas onde esses grupos atuam.

 

De acordo com dados do IBGE, em Queimados, 40% da população ocupada tem rendimento mensal de até meio salário mínimo per capita e a taxa de escolaridade de crianças e adolescentes coloca o município na quinta pior posição em todo o estado do Rio de Janeiro.

 

Enquanto isso, produtores culturais como o ator Leandro Santanna, que há 15 anos fundou a companhia de teatro Queimados em Cena, tentam preencher algumas lacunas deixadas pelo poder público.

 

A prefeitura prometeu inaugurar turmas de ensino integral no ano que vem e intensificar o trabalho social realizado no centro de artes e esportes unificados que atende adolescentes do município.

 

Já a Secretaria Estadual de Segurança Pública não informou se tem alguma política específica para o município.

 

A polícia militar por sua vez salientou que está empregando mais agentes no policiamento ostensivo, desde maio, graças ao regime adicional de serviço e enviou novas viaturas para o batalhão da região.

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